terça-feira, 17 de julho de 2018

Em entrevista, Lisca fala sobre jogo contra Sport e dá resposta a Rafael Marques

Ceará e Sport - PE se enfrentam às 19:30h, desta quarta-feira (18), na Arena Castelão, pela 13ª rodada da Série A. Mas o confronto já começou fora dos gramados.
O atacante Rafael Marques, do Sport - PE, disse, na última quinta-feira (12), que transferir a partida para o estádio Presidente Vargas era "catimba do Ceará". Na manhã de hoje, terça (17), o treinador Alvinegro respondeu ao jogador e falou que "o Sport também não joga na Arena (de Pernambuco)".

"Eu vi alguns jogadores do Sport falando (sobre a mudança de local), mas o Sport também não joga na Arena (Pernambuco). O Sport joga na Ilha (do Retiro), que é o estádio deles. Eu vi o jogo contra o Grêmio e talvez o gramado da Ilha seja um dos piores. O gramado do PV está melhor que o da Ilha" respondeu Lisca, em entrevista coletiva na sede do clube.

O Ceará, que não vence há 99 dias, está na última colocação com somente 5 pontos em 12 partidas (5E e 7D) e busca pela reação da equipe no retorno do campeonato após a parada para a Copa do Mundo. Em contrapartida, o time pernambucano é o 7º da tabela com 19 pontos (5V, 4E e 3D).

Quando era técnico do Náutico, rival do Sport, o técnico Lisca teve problemas com a equipe rubro-negra. Agora, técnico do Vovô, Luís Carlos segue outra direção e fez elogios ao adversário de amanhã.

Lisca observando treinamento do Vovô. (Foto: Ceará SC)

Para o comandante Alvinegro, o clube de Recife é um modelo no Nordeste, pois está desde 2014 na elite do campeonato nacional e tem mantido uma regularidade na competição, apesar de passar por momento complicado na questão financeira - mais de 2 meses com direito de imagem atrasados.

Bastante estudioso, Lisca demonstrou conhecimento sobre a equipe rival. "Pela escalação, é um time muito dinâmico na frente. Nós temos que neutralizar eles e explorar a parte defensiva porque eles tem muitos jogadores ofensivos e talvez na recomposição eles no deem um pouco de espaço".

Sobre a partida, o comandante do Vovô aguarda por uma partida muito disputada e com dificuldades. "(Espero) um jogo de disputa, de muita competitividade. As duas equipes, pela parada, voltando ainda um pouco sem ritmo de jogo. Uma parada de 40 dias você perde um pouco o ritmo, mas ganha em outras situações".
"Quero um time mais rápido e mais forte. Mais rápido na execução, fazer a retomada, a circulação de bola, a variação de ritmo. Isso aí nós já demos uma melhorada e conseguimos trabalhar bastante. Claro que não vai ser no primeiro jogo que as coisas já vão sair. Então peço paciência ao torcedor. Nós (equipe) temos que ter paciência também. Saber sofrer, saber passar por cima de erros. Tem muito erro num jogo. Um jogo é muito mais de erros do que de acertos. A gente tem que está preparado pra isso! Mas espero uma melhora, uma competitividade e a vitória. Isso é muito importante pra nós, mas com organização, respeitando o adversário e fazendo por merecer. Jogando bem para merecer a vitória" finalizou.

O Sport terá mudanças. Os zagueiros Ronaldo Alves, por suspensão, e Durval, por lesão, não irá jogar. Léo Ortiz e Ernando serão os substitutos.

No Vovô, as alterações são várias e a equipe vai bem diferente daquela que enfrentou o Bahia, pela semifinal da Copa do Nordeste.

Veja as prováveis escalações

- Ceará: Éverson, Arnaldo, Tiago Alves, Luiz Otávio e João Lucas; Richardson, Fabinho e Juninho; Reina, Éder Luís e Felipe Azevedo.

- Sport: Magrão, Raul Prata, Léo Ortiz, Ernando e Sander; Fellipe Bastos, Gabriel, Marlone; Michel Bastos, Rafael Marques e Rogério.

sábado, 7 de julho de 2018

O futebol não é o culpado pela miséria do país

Diante da eliminação do Brasil na Copa do Mundo, ficou mais explícito ainda que muitos estavam à espera de uma queda para aparecer jogando suas frustrações e venenos de suas vidas tediosas em cima dos atletas.

Alguns disseram que essa eliminação é mais vergonhosa do que o 7-1. Impossível! Nenhuma queda será tão humilhante quanto uma goleada em uma Copa do Mundo dentro de casa.

No Brasil tem se tornado mania torcer contra a seleção usando a desculpa da situação do país na saúde, segurança, educação e demais setores. Mas qual culpa futebol tem sobre isso? O Brasil ter sido eliminado fará que esses setores evoluam?

Já parou para pensar que o país estaria bem melhor se o povo fosse melhor? Se tivéssemos educação para respeitar o próximo, se votássemos com consciência, se não tratássemos políticos como "mitos" ou "heróis", se não defendêssemos corruptos ou se não brigássemos por causa de partido.. Aí você vende seu voto por R$50, R$100 ou seja lá qual for o valor, mas quer dizer que devemos torcer contra a seleção por causa da situação miserável do país...

Mas vamos falar sobre futebol.

O futebol não é só lazer. É sonho, é educação, é saúde, é meio de vida, é ECONOMIA. O futebol é, assim como todos os esportes, a maior arma social na luta contra o uso de drogas e a entrada no mundo do crime para crianças e jovens da periferia. Pois são das comunidades que são a maioria dos atletas.

As seleções que ainda permanecem vivas na Copa, todas  da Europa, valorizam todos os setores políticos, mas também valorizam o esporte porque sabem que é uma continuidade na educação.

Desde as categorias de base o futebol influencia aos atletas no crescimento pessoal através de uma série de fatores sociais. Para se manter nos times, os jovens precisam estar matriculados e com boas notas na escola, além do bom comportamento no colégio, em casa e no clube. Caso contrário, são afastados.

Mensalmente um assistente social faz visita na casa desses jovens para saber como anda o ambiente em que eles vivem, que tipo de conduta estão tendo nos seus meios sociais.

Essas crianças e adolescente que, em sua maioria são de origem humilde, recebem ajuda de custo. Claro, o valor depende da idade e/ou da qualidade do atleta. E sim, no futebol tem a escolha de jogadores por causa de seus empresários. Mas me diga, na sua empresa não há ninguém que entrou pelo "Quem Indica"?

Jogadores como Pelé, Ronaldo, Neymar, Robinho, Gabriel Jesus, Douglas Costa, Casemiro e vários outros do futebol brasileiro e mundial saíram de favelas, viveram/vivem o sonho de tornar jogadores de futebol, deram uma vida nova aos seus amigos e familiares, investiram em institutos que dão oportunidade a milhares de outros jovens.

                                                     Foto: Diário do Nordeste

Já imaginou como seria o Brasil se hoje o futebol deixasse de existir? A situação financeira precária do país iria piorar 500 milhões de vezes mais. O número de jovens que entram no mundo do crime, que já é muito grande, iria aumentar mais ainda. Lojas esportivas fechando, número de desemprego aumentando.

O futebol envolve TUDO.

Devemos sim cobrar melhorias em todos os setores do nosso país, inclusive no investimento nos esportes. Porque também gera empregos. Seja de forma direta ou indireta.

O esporte educa, socializa, transforma vidas, muda rumos.. É oportunidade!

Foi o futebol que fez de um garoto negro, de origem pobre e com apenas 17 anos virar rei. É no esporte onde a a diferença se desfaz e todo mundo se torna igual. É no futebol onde os jovens negros são reverenciados por um país inteiro pela arte que faz a bola no pé.

Você pode não gostar de futebol. Ou do Pelé. Ou do Neymar. Mas o esporte em si merece respeito.

Se você critica a Copa por causa da situação do Brasil, significa que você é apenas mais uma pessoa que repetindo o que os desinformados falam. Busque conhecimento sobre os esportes, sobre como é feito, sobre como mudou e continua mudando a vida da milhões de pessoas ao redor do mundo inteiro.

Busque saber a história de meninos que não tinham o que comer em casa e hoje são homens com uma bela família dentro de uma linda casa e que fazem doações para institutos de caridade. E você? O que tem feito?

Viva o esporte. Viva o futebol!

sábado, 3 de fevereiro de 2018

ARTHUR CABRAL: DE PROMESSA À REALIDADE!

Nascido em Campo Grande, na Paraíba, o jovem Arthur Cabral, com apenas 20 anos incompletos, deixou de ser uma promessa e hoje é uma grande jóia do Alvinegro de Porangabuçu.

Destaque por fazer muitos gols desde as categorias de base, o atacante é a maior revelação da Cidade do Vozão até o momento.

Com 9 gols no profissinal, - 1 em 2015, 5 em 2017 e 3 em 2018 - o jovem artilheiro é o xodó da torcida do Vovô.




Foto: verdinha.com.br


Quando e como você chegou ao Ceará?
Cheguei ao Ceará em agosto de 2014 para fazer uma avaliação na base, através do meu empresário que conhecia um diretor da base.

Você fez 9 gols pelo profissional do Ceará. Qual o favorito?
Meu gol favorito foi contra o ABC (pela série B de 2017). Foi um gol de afirmação, um gol importante para o grupo. A torcida estava lá no Frasqueirão (RN), gritou meu nome. Foi muito emocionante!

Qual o seu melhor e pior momento que passou dentro do clube?
Meu melhor momento é agora. Em 3 jogos como titular consegui fazer 3 gols. Estou com uma média (de gols) boa no ano, conseguindo jogar bem. O pior momento foi no jogo contra o Santa Cruz, onde eu tive a chance de dar a vitória ao nosso time lá no Arruda. Sair de cara com o goleiro e infelizmente perdi o gol.

Quando não está jogando ou treinando, o que costuma fazer?
Quando não estou treinando nem jogando, geralmente estou jogo muito futebol no video game. Não sou muito de sair não, fico mais em casa.

Qual a maior dificuldade que passou ao sair da base e ingressar no time profissional?
O mais difícil é a questão da confiança, da adaptação, de está treinando com jogadores renomados com a camisa do Ceará. Requer uma cobrança maior! Isso é difícil quando você está começando.

Dentro do Ceará, você tem algum ídolo?
O João Marcos. Um cara muito humilde, muito profissional, que me ajudou nessa transição da base ao profissional e eu admiro muito ele.

Quais são as emoções às vésperas do seu primeiro Clássico-Rei?
É uma emoção grande. É um clássico que eu assistia quando era criança. Quando você chega no Ceará, desde a base, a rivalidade é muito grande!




Foto: cearasc.com


- Perguntas de torcedores.

Nataniel Bezerra: Você torce por algum time da sua terra natal?
Eu costumo dizer que torço por todos, para que eles cresçam!

Rodrigo Jorge: Como era sua infância?
Eu tive uma infância no meio do futebol. Meu pai era preparador físico, foi auxiliar técnico e naquele tempo eu sempre estava com ele. Com 3, 4, 5 anos eu sempre acompanhei ele em vestiário, treinamentos, jogos. Comecei a entrar no futebol cedo, com 5, 6 anos. Tive uma infância boa, nunca passei dificuldade graças ao meu pai e minha mãe que sempre foram trabalhadores.

Lucas Tadeu: Como você vê este ano de 2018 repleto de jogos e com muitas oportunidades no elenco do Ceará?
Esse início de ano, disputando essas duas competições (cearense e nordestão, e daqui a pouco a Copa do Brasil também, estou tendo mais oportunidades. Estão tendo muitos jogos, então está tendo que haver um revezamento entre equipes, entre jogadores e eu tive a oportunidade de sair jogando graças a esses revezamentos e consegui aproveitar as oportunidades que tive.

Theo Callou: Você estabelece uma meta de gols ou não foca em números?
Eu, desde a base, nunca foquei em uma meta de números de gols. Sempre pensei jogo a jogo! Em tentar aproveitar as oportunidades. Uma meta de gols acho que até trabalha, porque você fica pressionado e não é isso que eu quero.

Fernando Henrique: Você fez uma ótima Serie B em 2017. Não foi titular absoluto, mas decidiu várias partidas e foi decisivo várias vezes. Tiveram sondagens de clubes de fora?
Sondagens sempre tem, mas concreto não teve nada!



sexta-feira, 5 de maio de 2017

Entrevista com Robinson de Castro, presidente do Ceará

                             Robinson de Castro comprou o título de sócio proprietário em 2006, quando ainda era torcedor de arquibancada, após o Ceará perder o clássico para o Fortaleza. Com a chegada de Evandro Leitão a presidência do clube, Robinson passou a ser o vice-presidente do clube e, desde 2015, comanda o Alvinegro de Porangabuçu.

- Entrevista

Rafaela: Quantos sócios torcedores o Ceará tem atualmente?
Robinson de Castro: Em torno de 7 mil sócios. Isso varia muito. As vezes sobe muito, as vezes desce.

Rafaela: Quem cuida do programa do sócio torcedor?
Robinson de Castro: É uma empresa terceirizada, a Fides. A empresa foi contratada na gestão do Evandro.

Rafaela: O Ceará tem plano de abrir alguma loja em shopping?
Robinson de Castro: As lojas (Sou Mais) são terceirizada também. A empresa Fides nos comunicou que tem interesse em abrir em um shopping. As vezes é positivo, as vezes não. Depende muito do mercado do consumidor.

Rafaela: Tem algum tipo de brinde aos que seguem com adimplência do sócio? Antes a revista 1914 chegava em casa para os sócios em dia.
Robinson de Castro: Precisa criar um pouco de volume no número de adesões. A 1914 também sofre com a ausência de recursos.

*Apesar do presidente Robinson de Castro ter preferido não dizer qual shopping está sendo estudado para abrir uma loja do Ceará, soubemos por fontes que deve ser o shopping Rio Mar.

Rafaela: A Cearamor recebe ingresso de graça?
Robinson de Castro: Não! Eles compram ingresso. Eles solicitam uma quantidade de ingresso, o clube fornece e eles prestam conta.

Rafaela: Tem alguém dentro do clube que preste atenção nos jogadores que se destacam no Campeonato Cearense?
Robinson de Castro: Nós temos um departamento que cuida disso, que é o analista de desempenho. Quando vamos contratar o jogador, tem a ficha do jogador, com todas as informações. Faz uma análise técnica do jogador. Comportamento extracampo, como trabalha em grupo, histórico de lesões... Todo um levantamento pra identificar se aquele jogador jogou num time que aguente o peso como a camisa do Ceará. As vezes o jogador vai bem em um clube, mas põe a camisa do Ceará e pesa.

Rafaela: O Paysandu arrecadou mais ou menos R$10milhões com vendas de camisas com a marca própria. O Ceará pensa em fazer isso?
Robinson de Castro: Normalmente quando o pessoal procura a produção própria, é porque não conseguiu fechar com uma grande marca. Teve uma época que fabricávamos nossa própria camisa, um pouco antes da chegada do Evandro.

Rafaela: Ano passado criou-se um boato que a Topper pagava a metade do salário do jogador Ciel.
Robinson de Castro: Não, a Topper não paga salário de ninguém. Fechamos o salário com o Ciel de R$50 mil. Ficaram especulando que era R$150 mil.

Rafaela: O Ceará tem planos de ampliar a sede para fazer jogos menores?
Robinson de Castro: Interesse nós temos, mas para viabilizar precisamos de dinheiro. Hoje o desafio é manter em dia o que se tem. Sem receita do bilheteira, todo mundo com dificuldade de renovar seu sócio por falta de dinheiro. Todos nas suas casas estão refazendo sua conta. Aí tem televisão que distancia o torcedor do estádio.

Rafaela: O clube pensa em uma forma melhor (de pagamento) para o torcedor poder se associar? 
Robinson de Castro: O problema é que algumas pessoas que pagam pelo boleto, muitas vezes pagam só quando o time ganha. Os planos geram responsabilidades (para o clube). Mudar para boleto, já tentamos, mas não funcionou muito bom. Mas é um desafio encontrar um mecanismo (para melhorar a forma de pagamento do sócio).

Rafaela: O que falta pra voltar pra série A?
Robinson de Castro: Nosso time passou esses últimos anos, com exceção de 2015, sempre brigando na parte de cima da tabela, sempre sendo o favorito ao acesso. O Brasil todo dizia que o Ceará era o favorito. Mas a gente sempre teve uma preocupação muito grande com um time que proponha muito o jogo ofensivamente e a gente sempre deixava o nosso time um pouco aberta, não tão forte defensivamente e eu acho que hoje começamos muito bem. A gente precisa pensar agora do meio pra frente.


Rafaela: A diretoria e os jogadores do clube não estão distantes do torcedor?
Robinson de Castro: Acho que talvez uma coisa que trincou bastante foi o resultado do Cearense do ano passado e acabou criando uma atmosfera muito ruim entre o clube e a torcida, tanto que quando estávamos indo muito bem na série B a torcida não estava tão presente.


Rafaela: Há intenções de alterar o estatuto do clube para que o sócio adimplente possa votar para eleger o presidente?
Robsinon de Castro: O estatuto do clube só pode ser alterado por uma Assembleia Geral dos Sócios Proprietários.


Rafaela: Qual foi o principal motivo do fracasso na Série B de 2016?
Robinson de Castro: Eu acho que houve uma acomodação, uma zona de conforto por parte dos atletas, e quando o grupo acordou já tinha perdido a confiança e quando começou a resgatar a confiança perdeu o encaixe.

Rafaela: Não houve rachadura no grupo?
Robinson de Castro: Não, zero! Esse negócio de racha de grupo é coisa que todo mundo. Mas quantos grupos rachados não conseguem seus objetivos e a gente nunca atrasa salário e não chega. O futebol é assim, não tem uma lógica!

Rafaela: O Ceará chegou a ter contato com o jogador Everton para contratá-lo?
Robinson de Castro: O empresário dele nos procurou, ofereceu o jogador. Na hora eu fiquei cético pela história no Fortaleza do que pela figurado do jogador, o Givanildo se interessou, comentei com algumas pessoas que nos ajudam no clube, sinalizei positivamente sem ter assinado nada e o empresário dele, não sei com qual objetivo, verbalizou isso na imprensa, houve um ataque da torcida do Ceará hostilizando o jogador, ele tentou se justificar com a nossa torcida, depois mandou um áudio que não vinha porque estava sendo hostilizado e a coisa acabou aí. Mas quando começou aquela confusão (a torcida do Ceará não querer o jogador), eu já estava considerando que ele não vinha. E também não tinha nada assinado. Tanto que já tínhamos nosso jogador alinhado, que era o Pedro Ken. Em nenhum momento eu falei ou anunciei a contratação dele (Éverton). Vários jogadores de lá se oferecem para cá. Eu sou torcedor, mas meu papel não é ser torcedor!


Rafaela: Qual foi o motivo da rescisão do contrato do Douglas Baggio?
Robinson de Castro: Apareceu um interesse do Luverdense, ele estava com pouco espaço aqui no clube, o Flamengo aquiesceu que ele fosse pro Luverdense e nós liberamos o jogador.

Rafaela: O Ceará pretende dar mais espaço aos jogadores da base?
Robinson de Castro: O Raul está aí! Agora precisa do jogador chegar e fazer o que o Raul fez! Eles têm que aproveitar a oportunidade. Estou com o Clemer aqui (no time principal), um garoto de 17 anos. O Eduardo voltou pra base porque foi jogador o Campeonato Cearense da base e ele não ia ser muito utilizado agora, então era melhor ele jogar lá (nas categorias de base). Ele está sendo preparado!


Rafaela: Até que ponto a parcialidade da imprensa prejudica o Ceará? Não está na hora do clube combater isso?
Robinson de Castro: A gente as vezes faz isso de forma silenciosa, diretamente com o grupo de comunicação. Me preocupo de estar dando palco pra isso, porque as vezes é uma besteira tão grande que eles mesmos acabam retificando a matéria. As vezes não é o grupo, mas um estagiário fanático que está fazendo a matéria.



Foto: Cearasc.com / Robinson Comemorando
título estadual de 2017.



- Alguns trechos da entrevista

"Está aqui (sendo presidente do clube) é uma responsabilidade muito grande. Você acorda sem um centavo na conta pensando como você vai pagar todo mundo até o fim do mês. O torcedor ver os 90 minutos do jogo, aqui são 24h diárias de jogo, de risco. Você não dorme direito, fica preocupado."

"Manter o CT, manter aquela garotada, manter a alimentação deles. Correr atrás das coisas, pagar contas que aparecem. Paguei R$160 mil de uma conta de 2006. Nós fomos condenamos e eu paguei R$160 mil de uma ação cível. Eu ia usar o dinheiro para pagar uma da folha (salarial)e o dinheiro foi embora. Cadê o dinheiro? Tive que me virar pra arranjar dinheiro."

"É um desafio diário! É um desafio contínuo!"

"Para mim é uma missão. Eu assumi o clube na lanterna (da série B) de 2015. Todo mundo chegava para mim e dizia 'Tu é louco? Vai ser candidato? O time vai cair!' e eu dizia 'Vou ser candidato e, se cair, a gente sobe!'. Como vou virar as costas nessa hora pro clube? Se eu não fosse, ia me sentir um covarde. E conseguimos reverter a situação."

"O pior não é o torcedor que não reage, é o torcedor que estimula as pessoas a não reagir. É o torcedor que diz a você para não fazer sócio ou não ir ao estádio, que começa a jogar contra. Você está de que lado?"

"Ano passado chegamos a ser vice-líder e o pessoal xingando o time, dizendo 'vai cair'. Quando foi que nós saímos da lanterna (da série B de 2015)? Foi quando todo mundo se juntou com energia positiva."

"Você acha que o jogador vai se motivar, vai dar mais de si em campo pra que se ele não está sendo reconhecido? Se você hostilizar alguém, o torcedor não vai render."

"Precisa fazer um corte nos custos. A quantidade de jogadores que tínhamos na base diminuiu. A gente não pode está fazendo investimento no clube na mesma quantidade que fazia antes. É uma dificuldade muito grande. O problema é econômico mesmo!"

"Hoje são R$180 mil gastos com os custos da base." Ano passado era cerca de R$200 mil.

"Nós estamos precisando de ajuda financeira do torcedor tanto fazendo sócio quanto indo ao estádio."

"Eu passei minha vida todinha sem defender nada a ninguém. Não devo na minha empresa nem coisa nenhuma. Aí você fica preocupado se vai conseguir pagar o pessoa... isso tira o sono da gente. Desgasta muito!"

"Pra mim, não importa se o jogador é do time A, B, C ou D. Eu quero ver se ele vai resolver aqui, porque se resolver aqui a torcida abraça. A torcida crucificou o Wescley e eu falei 'eu vou manter!'. A torcida que crucificou é a mesma que tem saudade do Wescley."

                                             Texto: Rafaela Brasileiro.

terça-feira, 26 de maio de 2015

NBC e a importância do esporte

       O Novo Basquete Ceará é uma associação sem fins lucrativos que tem como intuito dar oportunidade aos jovens e adultos através do basquete.

       Mesmo sendo uma instituição nova, o NBC conta com mais de 100 atletas, tanto masculino como feminino.






       Aos poucos, o basquete brasileiro e cearense vem crescendo. Quais são as desvantagens e as vantagens de se jogar basquete em um país onde a modalidade é vista como amadora? 
       Atualmente, não diria vantagens e, sim, incentivos, já que é uma modalidade muito dinâmica e que tem sua principal liga no mundo (NBA) sendo televisionada por vários canais da TV a Cabo, que dá uma grande visibilidade para o esporte. As desvantagens consistem na falta de apoio a modalidade e o ínfimo investimento que é feito em relação a vários outros esportes.

       O basquete é desvalorizado pela mídia?
       Sim. O basquete é desvalorizado pela mídia em geral, principalmente, devido à grande baixa que ocorreu durante a década de 90 e anos 00 que influi até hoje. O NBB e outras iniciativas, como  a “globalização da NBA” visualizada pelas emissoras de TV a cabo.

       Hoje o NBC conta com mais de 100 atletas, tanto do sexo masculino quanto do feminino. Qual foi o número mínimo que vocês já tiveram?
       Nosso número mínimo de atletas ocorreu durante os primeiros treinos em 2011, quando não eramos formalizados e poucos conheciam a recém-nascida instituição. Acredito que o número mínimo de participantes foi por volta de 15-20 atletas da categoria masculino adulto.

       Quais são as regras que vocês impõem para o atleta que quer fazer parte do NBC?
       Principais pontos que frisamos: devem ser pontuais, dedicados e deve haver muito respeito entre eles e o treinador. Tudo isso está incluso no nosso Regulamento Interno que ajuda a orientar o nosso trabalho.

       Vocês já trabalharam com jovens ou adultos que estavam indo por caminhos errados e conseguiram recuperá-lo?
       Não podemos afirmar isso diretamente, porém nossa ideia é propiciar uma vida mais saudável através da socialização por meio do time

       Quantas pessoas são sócias do NBC? Quais são as vantagens de quem se associa?
       Sócios cadastrados temos mais de 300, mas atualmente “ativos” são entre 100-120 sócios. As vantagens são de poder usar nosso equipamento, participar dos treinos que acontecem em boas quadras (no IFCE – 13 de maio e na UFC - Quadra do Pici e CEU). Além disso, quando o sócio está adimplente com a taxa de associação (20 reais por mês) pode esporadicamente receber benefícios como camisas de passeio e outros brindes.

       A maioria dos atletas são de comunidades carentes ou têm pessoas de todas as classes sociais?
       O NBC atende atletas das classes A até E e não realiza nenhuma distinção de qualquer tipo na quadra. O que já aconteceu foram atletas não terem condições de passagem para pegar ônibus e o NBC ajudar pagando a passagem, isentando o mês de associação de quem comprova dificuldade financeira e realizando um trabalho de doação de basqueteiras (tênis de basquete) entre os próprios atletas.

       De 0 à 10, qual a importância do esporte na vida de um jovem em formação?
       Acreditamos que o esporte tem uma importância crucial para a formação do caráter, para o aprendizado do trabalho em equipe, aprendendo a lidar com distintos temperamentos que existem dentro de uma equipe. Tornando quantitativa essa análise, eu diria nota 9 ou 10.

       Existe alguma forma de incentivo do NBC em relação aos jovens quanto as notas nas escolas?
       Ainda não existe, pois mesmo sendo uma instituição que tenta ser organizada, nos falta verbas e pessoal para realizar essa atividade.

       O NBC não tem fins lucrativos. Como a instituição se sustenta?
       O NBC vive de doações por meio dos atletas, que chamamos de “taxa de manutenção”, as quais são diretamente voltados para manter o clube existindo. Os gastos vão desde compra de bolas de basquete ao pagamento de ajudas de custo para os técnicos (profissionais de educação física formados) e monitores (estudantes de educação física). Toda a diretoria realiza um trabalho voluntário, já que nosso estatuto proíbe que os membros desta recebam dinheiro da associação.

       Há algum patrocínio ou ajuda do Governo ou da Prefeitura?
       O NBC atualmente está se regularizando nos diversos órgãos fiscais das 3 esferas (municipal, estadual e federal) para exatamente buscar auxílio de verbas públicas e participação em projetos governamentais que visam trazer incentivos esportivos para a sociedade.

       A maioria dos atletas buscam o NBC ou os profissionais da instituições vão as comunidades a procura desses atletas?
       Como foi dito em uma pergunta anterior, temos dificuldades financeiras e, por consequência, carência de material humano que possa fazer esse trabalho. Atualmente, os jovens e/ou seus pais que buscam o NBC por meio do nosso site, facebook e instagram.

       Já aconteceu de algum atleta, que iniciou no NBC, e virou jogador profissional? Se sim, quem?
       Ainda não houve nenhum caso desses. Como o nosso trabalho está apenas no começo e o Ceará é um estado onde existe uma dificuldade na formação de atletas na modalidade, exatamente devido a fraca formação dos atletas que vem desde a base e os colégios, é difícil revelar atletas que venham a se tornar profissionais. O NBC se dedica em formar primeiramente cidadãos de bom caráter e depois em atletas que venham a ser profissionais!

       Qual o conselho para os atletas que estão começando a vida de atleta e sentem na pele a dificuldade de ser jogador de basquete no Brasil?
       Persistam pois a estrada é muito difícil, mas se estiverem realmente seguindo sua vocação um dia irão conseguir ser ótimos atletas.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

ENTREVISTA COM JEFFERSON MARANHÃO

           Você conhece o Jefferson Douglas Damião Correia? É o garoto baixinho de 1,62m de altura e quase 22 anos de idade. Nascido em Coelho Neto, cidade do Maranhão.




           Talvez assim não o conheça, já que ele é conhecido por outro nome. Jefferson Maranhão!
           Com pai e tio bons de bola, Jefferson já nasceu com o futebol no sangue. Através de um amigo, chegou ao Santa Cruz, onde foi avaliado e aprovado nos treinos.
           Assim como Everton Sena, Gilberto, Renatinho, Memo e Natan, Jefferson também é cria da base do Tricolor do Arruda.
           Mesmo sendo muito satisfeito por tudo o que o Santa Cruz proporciona em sua vida, o jovem menino do Arruda sonha alto. Quer jogar na Europa e conquistar títulos! "Hoje estou com 21 anos, já conquistei quatro títulos e dois acessos e quero mais! Quanto mais, melhor. Mas pretendo, um dia, ganhar um título europeu" disse.
           Mesmo com o jogo apático contra o Salgueiro, na última quarta-feira, Jefferson acredita no título estadual. "Quando chegamos nas retas finais, nós crescemos! E temos um elenco muito bom, bastante qualificado e aguerrido."
           Mesmo com pouco espaço no elenco e muito esforçado em campo e nos treinos, o garoto de apenas 21 anos diz se sentir muito feliz com o carinho dos torcedores e admirados. "Amo essa torcida maravilhosa! De mim nunca vai faltar raça dentro de campo e vou honrar essa camisa até o último minuto! Aos meus fãs e admiradores do meu futebol, agradeço muito pelo carinho de vocês e espero dar muito orgulho a todos" concluiu.

terça-feira, 7 de abril de 2015

À Cézar o que é de Cézar!

               Foram 11 anos batalhando para realizar o sonho de entrar no Big Brother Brasil. 11 anos estudando vencedores e perdedores. 11 anos que não foram em vão!



               Diferente da maioria, Cézar não tinha o QI (Quem Indica). Não era amigo de ex-bbb ou apresentador famoso. Ele lutou para entrar ali. Se inscreveu, correu atrás!

               Desde o início, ele chamou atenção. Sotaque caipira, fala engraçada e palavras difíceis.

               Cézar Lima entrou no jogo antes de todo mundo. Foi o primeiro a perceber o jogo de sujo Fernando.

               Enquanto grupos se formavam, ele fazia questão de mostrar que seu jogo era solitário. E correto!

               Ninguém mais aproveitou a confinamento que ele. Foi feliz nos momentos de alegria, nas festas, nas risadas. Foi forte nos momentos de dureza, quando ele no Tá Com Nada por 8 semanas, quando perdia as provas, quando estava no monstro e quando deixaram de falar com ele.

               Sim, se afastaram dele! Sim, foi sem motivos!

               Angélica falava mal dele direto, então, por qual motivo ele não poderia votar nela? Disse que ele era em cima do muro, mesmo não assumindo que disse. Brigou com ele e disse que não era de soltar indireta, mas a discussão começou por uma indireta que ela soltou para ele.

               Tava um romance não romance com Tamires. Iria rolar, era só questão de tempo. Mas foi parado no meio do caminho por terceiros. Ela preferiu seguir a cabeça dos outros do que a sua própria.

               Se aproximou de Mariza e o carinho foi recíproco. Ela estendeu a mão a ele no momento mais preciso! Mas a amizade que vinha crescendo foi interrompida pelo paredão.

               Ninguém merecia esse prêmio como ele! Cézar jogou de forma simples, verdadeira e dando a cara a tapa.

               Não queria ir ao paredão, mas não fugiu! Inclusive, entrou para história antes mesmo de chegar a final.

               Cézar Lima é o único BBB da história a ir à 5 paredão seguidos e voltar!

               Ele não entrou para fazer amigos, mas não se fechou a eles. Não entrou para encontrar amor, mas não negou paixão. E, ao contrário do que Adrilles falava, ele demonstrou sim afeto por pessoas. Com Mariza, com Tamires, com Rafael - que se fez de amigo - e até com o próprio Adrilles, que não perdia tempo de falar mal dele.

               O cowboy mostrou que jogar não é sinônimo de debochar, humilhar, mentir ou ser falso.

               Com uma paciência de Jó, Cézar aturo muita coisa calado! Coisa até demais, diga-se de passagem.

               Foi julgado, muito julgado! Se dançava, era porque queria aparecer. Se chorava, estava se fazendo de coitado. Se conversava com alguém, era falso. Se não conversava, era pra se fazer de excluído. Se falava com a estátua, estava fazendo teatro.

               Convenhamos, em uma casa onde a grande maioria foi falsa e de jogo covarde e sujo, conversar com uma estátua é melhor do que conversar com falsos.

               E qual era o segredo de Cézar, afinal? A paciência! 11 anos, 11 tentativas, 8 semanas no Tá Com Nada, 5 paredões seguidos, uma final e o prêmio!

               Lá dentro, sendo obrigado a aguentar gente desnecessária e debochada, Cézar mostrou uma coisa ao Brasil: a força psicológica é tudo!

               Sua humildade, seu bom humor, sua carisma, seu jogo limpo, sua educação e sua sinceridade conquistaram a massa brasileira!

               Quem acredita, sempre alcança e com paciência, tudo se consegue!

               O jogo acabou, o prêmio é ele e de maneira justa! Agora, o mundo está de portas abertas a você, Cézar Lima! Você tem uma torcida enorme, apaixonada, dedicada e muito fiel. Eles te darão o amor que você merece.

               Você é um homem único! O mundo precisa te conhecer.

               O Brasil te escolheu, Cézar Lima! Com 65% dos votos, o Brasil te escolheu!

"É hora de despedidas, adeus, adeus, à Deus o que é de Deus. À Cézar o que é de Cézar!"

                               https://twitter.com/issoebroxante

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